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sábado, 1 de abril de 2017

PARA QUE NEGAR?

Voltei a falar de ti, amor,
E como amor, para que negar,
Se isso não pode amenizar
Em nada a minha dor?

Para que mentir, meu bem,
Que sem ti eu posso ser feliz,
Se tudo ao meu redor me diz
Que sem te amar não sou ninguém?

Para que parar de escrever,
Se tudo em mim vive a dizer
Que eu te amo mais que a vida?

Para que negar um sentimento
Que arde em mim cada momento?
P’ra que negar-te ó querida???

ETERNA INSPIRAÇÃO

Poeta hoje já não sou,
Versos já não posso mais fazer
A poesia em mim silenciou,
Morreu a vocação de escrever.

Ao silêncio pensei estar fadado,
Privado da magia que há no verso,
Busquei cada beleza do universo,
Mas, nenhuma deixou-me inspirado.

É que, de todas, à maior eu renegava
E ignorava a voz do coração
Que de amor por ti se transbordava.

Mas, num momento de fraqueza à tentação
Cedi ao ingrediente que faltava:
Tu, a minha eterna inspiração.

domingo, 29 de janeiro de 2017

SÓ AQUI QUE EU TENHO PAZ

A roça é minha vida
Seu fruto é meu sustento,
Distante da minha terra
Confesso que não aguento.

Se um dia eu deixar a roça
Não vou ter felicidade,
Só aqui que eu tenho paz,
Não quero saber jamais
De ir viver na cidade.

Aqui eu planto e colho,
A terra produz dobrado,
Na cidade, o que eu preciso,
Tudo tem que ser comprado.

Aqui eu colho arroz,
Aqui eu colho feijão...
Pra cidade eu não mudo
Vou ter que comprar de tudo
O que aqui tenho na mão.

Eu já escutei falar
De um automóvel moderno
Com bancos aconchegantes
E muito espaço interno,

Mas, aqui é diferente,
A boa sela é quem manda.
O meu cavalo alazão,
Nas estradas do sertão,
Percorre as quatro bandas.

Me ofereceram dinheiro
Por minha paz e meu sossego,
Uma casa na cidade
E também um bom emprego,

Então eu falei na hora: 
―Escute meu cidadão,
O seu dinheiro eu não quero,
Fique com o seu castelo
Que eu fico com meu sertão.

Não posso deixar meu rancho
E a minha pesca de anzol,
Meu sabiá cantador
E a luz direta do sol,

Não posso deixar a lua
E nem meu céu estrelado.
Não troco o meu sertão
Por sua poluição
Nem que eu seja amarrado.

A coisa que eu mais gosto
É sentir a liberdade,
Cantar e correr pelos campos
Com grande felicidade,

Assim um dia eu nasci,
Assim eu quero morrer.
É só Deus chamar que eu vou
E a terra que me criou,
Então, irá me comer.

sábado, 21 de janeiro de 2017

ATIREI O PAU NO GATO

“Atirei o pau no gato,
Mas, o gato não morreu.
Dona Chica admirou-se
Do berro que o gato deu.”

O pobre do animal
Ficou todo espatifado,
Se arrastava pelo chão
Miando, desesperado.

Dona Chica, muito braba
Com a minha malvadeza,
Tentava agarrar o gato
Com a maior ligeireza.

Ela perguntou pra mim:
Seu malfazejo tirano,
Por que, que você fez isso
Com o pobre do bichano?

Vendo o coitado do bicho
Sofrendo daquele jeito,
Um remorso muito grande
Foi apertando meu peito.

Então, disse à dona Chica:
Já sei o que vou fazer,
Para evitar que seu gato
Venha, assim, a falecer;

Um animal inocente
Não merece esse fadário!
Vamos levar o bichano,
Logo, ao veterinário.

Dona Chica colocou
O animal numa sesta
E me disse desse jeito:
Vamos logo, sua besta!

Eu entrei no automóvel,
Dei partida no motor,
Saí cantando pneu
À procura do doutor.

Quando o homem viu o gato,
Tremeu e teve arrepio;
Nervoso, foi pro meu lado,
E, quase me agrediu.

Me falou, muito irritado:
Seu monstro sem coração,
O bicho não tem juízo,
Não merece punição!

Não sei se vou conseguir
Desfazer todo esse dano,
Nunca vi tanta maldade
Somente em um ser humano.

O doutor veterinário,
Logo, operou o gatinho,
Conteve as hemorragias
Com jeito e muito carinho.

Engessou suas patinhas
C’um talento sem igual,
Devolvendo a luz da vida
Aos olhos do animal.

Aplicou soro no bicho,
Fez todo o medicamento,
E, ele cuidou do gato
Até o fim do tratamento.

Com pouco tempo o bichano
Já corria pela casa,
Fazia suas gatices,
Parecia até ter asa.

Graças ao bom coração
De um homem sábio, de fato,
Que usou seu conhecimento
Pra salvar o pobre gato.

Na casa de dona Chica
Fui passear, outro dia,
Vi o bichano saudável,
Brincando com alegria.

Quase chorei de emoção
Quando avistei o gatinho,
Ele veio ronronando
E me fazendo carinho.

Esse fato me ensinou
O que é ser racional.
Nunca mais, em minha vida,
Eu maltrato um animal.